A influência do estilo de vinculação materno na relação mãe-bebé: O papel mediador da flexibilidade psicológica

Abstract

Este estudo integra-se no projeto “Care4mommies” que visa estudar o impacto da flexibilidade psicológica materna na relação entre a representação da vinculação materna e a relação mãe-bebé. A escassa literatura revela que a flexibilidade psicológica está associada a estilos de vinculação mais seguros e a uma relação mãebebé mais positiva. Este estudo tem dois objetivos principais: 1) perceber se as mães se distinguem em termos da sua flexibilidade psicológica em função do seu estilo de vinculação; e 2) compreender se longitudinalmente a flexibilidade psicológica materna detém um papel mediador na relação entre as representações da vinculação da mãe e a relação mãe-bebé. No total 207 mães, com idades entre os 18 e 45 anos (M = 31.92; DP = 4.41), com o ensino superior (78.5%) participaram nos dois momentos de avaliação preenchendo a Escala de Vinculação no Adulto e o CompACT na gravidez e o CompACT e o Questionário de Ligação ao Bebé após o Nascimento aos três meses de vida do bebé. As mães com uma representação da vinculação mais segura apresentaram maiores níveis de flexibilidade psicológica do que as mães com estilos de vinculação inseguros. Além disso, mães menos ansiosas e mais confortáveis com a proximidade parecem ter mais competências para estarem cientes das experiências do momento presente, de viverem de acordo com os seus próprios valores de vida e que isso traduzse numa relação mãe-bebé mais positiva. Este estudo fornecerá evidências para o desenvolvimento de ações preventivas, envolvendo a promoção da flexibilidade psicológica, durante a gravidez e o pós-parto, que fomentem uma vivência da maternidade mais saudável e a qualidade da relação mãe-bebé.

This research is part of the “Care4mommies” project, which aims to investigate the impact of maternal psychological flexibility on the relationship between the representation of maternal attachment and the mother-baby relationship. Considering the limited literature on this topic, the results show that psychological flexibility is associated with more secure attachment styles and a more positive mother-baby relationship. This investigation has two main objectives: 1) to understand whether mothers differ in their psychological flexibility according to their attachment style; and 2) to understand whether, longitudinally, maternal psychological flexibility mediates the relationship between mothers' attachment representations and the mother-infant relationship. A total of 207 mothers, aged between 18 and 45 years (M = 31.92; SD = 4.41), with bachelor's degree or higher (78.5%) participated in the two assessment moments by completing the Attachment Scale in Adults and the CompACT in pregnancy and the CompACT and the Post-Birth Baby Attachment Questionnaire at three months of the baby's life. Mothers with a more secure attachment representation had higher levels of psychological flexibility than mothers with insecure attachment styles. In addition, mothers who are less anxious and more comfortable with closeness seem to have more skills to be aware of present moment experiences, and to live according to their life values and this translates into a more positive mother-baby relationship. This study will provide evidence for the development of preventive actions, involving the promotion of psychological flexibility, during pregnancy and postpartum, which encourage a healthier experience of motherhood and the quality of the motherbaby relationship.