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Stressores na gravidez e estratégias de coping transteóricas e focadas na compaixão: Um estudo qualitativo
2025-11-10 - Sá, Ana Rita Mendanha Costa de
A gravidez é um período de intensas transformações físicas, emocionais e sociais,
frequentemente marcado por exigências que afetam o bem-estar psicológico das
mulheres. Apesar de reconhecidos avanços na investigação, a maioria dos estudos
existentes segue uma abordagem quantitativa, centrada na avaliação de sintomas e
eficácia de intervenções. Verifica-se, assim, uma escassez de estudos qualitativos que
explorem, a partir da perspetiva das próprias mulheres, como a auto-compaixão é vivida
e integrada nas estratégias de coping durante a gravidez. Esta lacuna é particularmente
evidente em Portugal, onde esta linha de investigação se encontra numa fase incipiente.
Neste contexto, a presente investigação qualitativa teve como objetivo explorar os
stressores, dificuldades e estratégias de coping (com enfoque transteórico e compassivo)
utilizadas por mulheres no último trimestre de gravidez. A amostra de conveniência
incluiu quatro mulheres portuguesas, entre as 31 e 39 semanas de gravidez, a quem foram
administradas entrevistas semiestruturadas, posteriormente transcritas e submetidas a um
processo de análise temática reflexiva (Braun & Clarke, 2006). Emergiram quatro temas
principais: (1) “Não aguento mais”: o corpo e a mente em sobrecarga; (2) “Tenho de estar
à altura… mas já não sou a mesma”: exigência, culpa e transformação do self; (3)
“Respiro fundo e sigo”: estratégias para lidar com o mal-estar emocional; e (4) “O que
me fazia falta”: necessidades emocionais e apoios não satisfeitos. Os resultados
evidenciam que, embora tenham surgido algumas práticas de autocuidado e aceitação que
podem ser entendidas como aproximações a uma atitude compassiva, predominaram
estratégias desadaptativas, centradas no evitamento e na supressão emocional. Este
padrão sublinha a pertinência de promover intervenções focadas no desenvolvimento de
competências compassivas, capazes de favorecer estratégias de coping mais adaptativas
e de apoiar uma adaptação psicológica mais saudável durante a gravidez.
Otimismo, ansiedade face ao envelhecimento e idadismo: Um estudo com jovens adultos
2025-11-10 - Martins, Joana Rita Simões
O presente estudo teve como objetivo investigar a relação entre otimismo,
ansiedade face ao envelhecimento e atitudes idadistas numa amostra de 369 jovens
adultos, com idades entre os 18 e os 30 anos. Adicionalmente, pretende-se analisar as
diferenças nas variáveis referidas (Otimismo, Ansiedade face ao Envelhecimento e
Idadismo) em função do sexo biológico dos participantes. Utilizou-se um método
quantitativo, com recolha de dados por questionário online. Os instrumentos incluíram a
Escala de Otimismo (Barros, 1998), Escala de Ansiedade Face ao Envelhecimento (Lasher
& Faulkender, 1993) e a Escala de Idadismo de Fraboni- Versão Reduzida Portuguesa
(Neto & Neto, 2024). As análises foram realizadas no SPSS e incluíram estatísticas
descritivas, testes t e análises correlacionais e de mediação. Verificaram-se diferenças
significativas de género nas atitudes idadistas, com os homens a apresentarem níveis
superiores em comparação às mulheres. As análises de mediação indicaram que o
otimismo influencia o idadismo de forma indireta, através da ansiedade face ao
envelhecimento, caracterizando um modelo de mediação total. Em suma, os dados
sugerem que a ansiedade face ao envelhecimento desempenha um papel mediador
fundamental na ligação entre otimismo e atitudes idadistas em jovens adultos.
Stressores, dificuldades e estratégias de coping trans teóricas e focadas na compaixão no pós-parto: Um estudo qualitativo
2025-11-10 - Ribeiro, Ana Filipa Morais
O período pós-parto é caracterizado por profundas transformações físicas,
emocionais e identitárias, que frequentemente expõem as mulheres a elevados níveis de
stress e vulnerabilidade emocional. Apesar da relevância deste período, a literatura
demonstra uma predominância de estudos quantitativos que tendem a privilegiar a
frequência e intensidade das dificuldades, oferecendo pouca informação sobre a
experiência subjetiva das mulheres e sobre o papel da autocompaixão como estratégia
de coping. O presente estudo qualitativo procurou responder a esta lacuna, ao
compreender a perspetiva das mulheres sobre os desafios enfrentados no pós-parto,
bem como identificar as estratégias de coping trans teóricas e focadas na compaixão
utilizadas e a perceção da sua eficácia. Este estudo contou com quatro mulheres no
primeiro ano após o parto, recrutadas através de uma amostra de conveniência, e
recorreu a uma entrevista semiestruturada como instrumento de recolha de dados. A
análise foi realizada segundo a abordagem de análise temática e reflexiva de Braun e
Clarke (2006), da qual emergiram quatro temas principais: “Quem sou eu depois de ser
mãe?”, “Como lidar com os desafios”, “Alterações e impacto no meio laboral” e “Preciso
de apoio psicológico no período pós-parto?”. Estes temas evidenciam a redefinição da
identidade e sinais de crescimento emocional, o regresso precoce ao emprego e
insegurança laboral, as estratégias de coping individuais e apoio familiar e social e, por
fim, a perceção de insuficiência de apoio institucional. Os resultados evidenciaram ainda
que o pós-parto implica uma reorganização da identidade pessoal, marcada pela
redefinição do “eu” e por perceções de crescimento emocional. As participantes
relataram desafios emocionais, físicos e laborais, bem como sentimentos de ansiedade,
frustração e sobrecarga, associados às exigências desta fase. Para ultrapassar os
desafios, as mães recorreram a estratégias de coping centradas na emoção, na
autorregulação emocional, distração, autocuidado e autocompaixão, assim como ao
apoio familiar e social. O estudo evidencia também limitações no apoio psicológico
institucional.