Procriação medicamente assistida e homossexualidade na lei e na imprensa portuguesa
Date
2017
Embargo
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Publisher
Ediciones Egregius
Language
Portuguese
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Abstract
Em Portugal, o recurso às técnicas de procriação medicamente assistida esteve
reservado apenas às pessoas casadas, que não se encontrassem separadas
judicialmente de pessoas e bens ou separadas de facto, ou às que,
sendo de sexo diferente, vivessem em condições análogas às dos cônjuges
há pelo menos dois anos. Assim foi desde a entrada em vigor da Lei n.º
32/2006, de 26 de Julho. Acontece que, com a Lei n.º 9/2010, de 31 de
Maio (cujo início de vigência ocorreu em 05 de Junho desse ano), o casamento
civil entre pessoas do mesmo sexo passou a ser legalmente possível,
alterando o conceito de casamento. Este é entendido como “o contrato celebrado
entre duas pessoas que pretendem constituir família mediante uma
plena comunhão de vida”, nos termos previstos no artigo 1577.º do Código
Civil. Esta alteração marcou um desajustamento não facilmente resolúvel
entre a finalidade do casamento de “constituição de família” e a inerente
vontade dos casais do mesmo sexo de terem filhos. Acresce que a lei subordinava
o uso das técnicas de procriação medicamente assistida ao diagnóstico
de infertilidade ou para tratamento de doença grave ou risco de transmissão
de doenças de origem genética, infecciosa ou outras, portanto, a fins
de natureza subsidiária de procriação e não alternativa. Em Junho de 2016
foi aprovado o alargamento dos beneficiários às técnicas de procriação medicamente
assistida, assegurando o seu acesso a todas as mulheres. O referencial
heterossexual da Lei n.º 32/2006 e a compreensão da descendência
ligada ao casamento ou união de facto entre pessoas de sexo diferente ficaram
ultrapassados.
A superação do modelo familiar heterossexual, no que respeita ao uso das
técnicas laboratoriais de procriação medicamente assistida, na lei portuguesa,
será objecto deste texto, ao lado da cobertura mediática desta questão,
ao nível da ultrapassagem de barreiras e mudança de mentalidades.
Keywords
Procriação medicamente assistida, Casais homossexuais, Técnica subsidiária, Técnica alternativa, Igualdade
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Citation
Guimarães, A. P. (2017). Procriação medicamente assistida e homossexualidade na lei e na imprensa portuguesa. In A. M. Ortega Pérez, & V. García Prieto (Coords.), Voces alternativas: Investigación multidisciplinar en comunicación y cultura (pp. 142-156). Sevilha: Ediciones Egregius. Disponível no Repositório UPT, http://hdl.handle.net/11328/2109
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Open Access