Idadismo e bem-estar. Um estudo em adultos de idade avançada

Abstract

O idadismo, definido como preconceito ou discriminação com base na idade, pode ser vivido tanto de forma negativa como positiva, influenciando, de maneira distinta, a saúde emocional e a satisfação com a vida. Neste âmbito, o presente estudo teve como principal objetivo explorar a relação entre o idadismo percebido e o bem-estar subjetivo em adultos de idade avançada, analisando as diferenças entre géneros e grupos etários, bem como o impacto das dimensões positiva e negativa do idadismo. A amostra incluiu 340 participantes, com idades compreendidas entre os 55 e os 91 anos, recrutados através de um questionário online. Foram utilizados o Perceived Ageism Questionnaire (PAQ), a Escala de Afetos Positivos e Negativos (PANAS-VRP) e a Escala de Satisfação com a Vida (ESCV). Os dados foram analisados recorrendo a estatísticas descritivas, testes T para amostras independentes e análises de regressão múltipla. Os resultados revelaram que os participantes com 65 anos ou mais registaram níveis mais elevados de idadismo negativo em comparação com o grupo dos 55-64 anos, enquanto no idadismo positivo não se observaram diferenças entre os dois grupos. Relativamente ao bem-estar, os participantes mais velhos relataram emoções mais negativas e menos positivas. As análises de regressão revelaram que o idadismo negativo afeta negativamente o bem-estar, enquanto o idadismo positivo está associado a níveis mais elevados de emoções positivas e satisfação com a vida. Este estudo sublinha a complexidade do idadismo e o seu impacto no bem-estar, destacando a importância de promover atitudes e perceções mais positivas sobre o envelhecimento como forma de potenciar o bem-estar subjetivo. Ageism, defined as prejudice or discrimination based on age, can be experienced both negatively and positively, influencing emotional health and life satisfaction in different ways. In this context, the main objective of the present study was to explore the relationship between perceived ageism and subjective well-being in older adults, analyzing the differences between genders and age groups, as well as the impact of the positive and negative dimensions of ageism. The sample included 340 participants, aged between 55 and 91, recruited through an online questionnaire. The Perceived Ageism Questionnaire (PAQ), the Positive and Negative Affect Scale (PANAS-VRP) and the Satisfaction with Life Scale (ESCV) were used. The data was analyzed using descriptive statistics, t-tests for independent samples and multiple regression analyses. The results showed that participants aged 65 and over registered higher levels of negative ageism compared to the 55-64 age group, while in positive ageism there were no differences between the two groups. Regarding well-being, older participants reported more negative and less positive emotions. Regression analyses revealed that negative ageism negatively affects well-being, while positive ageism is associated with higher levels of positive emotions and life satisfaction. This study underlines the complexity of ageism and its impact on well-being, highlighting the importance of promoting more positive attitudes and perceptions about ageing.