O papel da vergonha, auto compaixão e flexibilidade psicológica na conexão à comunidade LGBTQIA+

Abstract

A investigação evidencia que as pessoas LGBTQIA+ experienciam maiores níveis de stress podendo tornar-se mais vulneráveis à psicopatologia, como consequência de experiências de stress por pertencerem a minorias sexuais e/ou de género. O estigma internalizado poderá ter como consequência que as pessoas LGBTQIA+ vivenciem níveis mais elevados de vergonha e que pode levar à desconexão social. Assim, o objetivo primordial deste estudo foi compreender a influência da vergonha interna e externa, da autocompaixão e da flexibilidade psicológica na conexão à comunidade LGBTQIA+. Neste estudo participaram 118 pessoas pertencentes à população LGBTQIA+, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos. Os resultados demonstraram que pessoas com níveis mais elevados de vergonha interna e autocompaixão demonstraram também maiores níveis de conexão à comunidade LGBTQIA+. Adicionalmente, a autocompaixão e a flexibilidade psicológica demonstraram ter influência na conexão à comunidade LGBTQIA+. Por fim, verificou-se um efeito moderador da autocompaixão na relação entre a vergonha interna e a conexão à comunidade LGBTQIA+. Em suma, estes dados sugerem que estas estratégias de regulação poderão ser competências importantes tanto para a diminuição da vergonha como também promotoras de sentimentos de pertença e conexão com a comunidade LGBTQIA+.

Several studies have demonstrated that LGBTQIA+ people experience higher levels of stress and may become more vulnerable to psychopathology, as a result of minority stress experiences. Internalized stigma can result in LGBTQIA+ people experiencing higher levels of shame which can lead to social disconnection. Therefore, the main aim of this study was to understand the influence of internal and external shame, self-compassion and psychological flexibility on the connection to the LGBTQIA+ community. In this study, 118 people from the LGBTQIA+ population participated, with ages ranging from 18 to 65. The results revealed that people with higher levels of internal shame and selfcompassion also exhibited higher levels of connection to the LGBTQIA+ community. Moreover, self-compassion and psychological flexibility were positively related to LGBTQIA+ community connection. Lastly, self-compassion had a moderating effect on the relationship between internal shame and connection to the LGBTQIA+ community. Overall, these data suggest that these regulation strategies may be important skills for both reducing shame and promoting feelings of belonging and connection with the LGBTQIA+ community.