Uso de estratégias visuais e verbais em adultos com queixas de memória

Abstract

O envelhecimento normal traz consigo um conjunto de mudanças neurofuncionais que podem estar na origem das queixas cognitivas subjetivas, principalmente focadas na memória, verificadas nesta população. Utilizar programas de treino cognitivo parece ser um fator protetor contra o declínio cognitivo associado à idade; no entanto, alguns destes programas parecem precisar da ativação das áreas cerebrais afetadas pelo envelhecimento. Neste estudo propomo-nos avaliar se o uso de um programa que combine estratégias verbais e visuais pode melhorar a eficácia nos rendimentos mnésicos em adultos com queixas cognitivas subjetivas sem perturbação neurocognitiva major. Uma amostra de 35 adultos com idades compreendidas entre 51 e 93 anos participaram neste estudo. Todos eles, após assinarem um consentimento informado, foram avaliados com uma prova de rastreio cognitivo, uma escala de depressão geriátrica, um teste de aprendizagem verbal e uma escala de queixas subjetivas da memória, antes e depois do treino cognitivo. Encontrámos diferenças estatisticamente significativas nos resultados obtidos na prova de recordação livre de longo prazo bem como no rastreio cognitivo nos participantes do grupo experimental. O uso combinado de estratégias verbais e visuais pode beneficiar a função mnésica, mas não alivia as queixas cognitivas subjetivas típicas do envelhecimento.

Normal aging brings with it a set of neurofunctional changes that may be the origin of the subjective cognitive complaints, mainly focused on memory, verified in this population. Using cognitive training programs seems to be a protective factor against age-related cognitive decline; however, some of these programs seem to need the activation of brain areas affected by aging. In this study we propose to evaluate if the use of a program that combines verbal and visual strategies can improve the effectiveness in the mnesic yields in adults with subjective cognitive complaints without major neurocognitive disturbance. A sample of 35 adults between the ages of 51 and 93 participated in this study. All of them, after signing an informed consent, were assessed with a cognitive screening test, a geriatric depression scale, a verbal learning test, and a subjective memory complaint scale, before and after cognitive training. . We found statistically significant differences in the results obtained in the long-term free recall test as well as in the cognitive screening in the participants of the experimental group. . The combined use of verbal and visual strategies may benefit the mnesic function, but it does not alleviate the subjective cognitive complaints typical of aging.