Trabalhador feliz-produtivo 360: uma abordagem integrada da teoria à prática da tese do happy-productive worker

Abstract

RESUMO A COVID-19, a dificuldade em reter talentos e as rápidas mudanças dificultam o processo de adaptação individual. Questões do foro psicológico, como ansiedade e depressão, emergem levando à inclusão da saúde e do bem-estar nos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. Assim, investigações ao nível da felicidade começam a brotar no sentido de preservar o capital humano, potencializando os indicadores organizacionais. A tese do happy-productive worker (HPWT) advoga que colaboradores felizes no trabalho têm maiores níveis de desempenho. Deste modo, a investigação desenvolvida é composta por quatro estudos cujo intuito é cobrir algumas das lacunas identificadas neste âmbito. Os estudos elaborados ao longo dos capítulos II a V fornecem resposta, com recurso a uma metodologia mista, à análise do estado da arte da tese, à sua testagem em contexto de incerteza e à possível mediação das variáveis (equilíbrio entre a vida profissional e pessoal – WLB e o teletrabalho – WFHE), identificação de práticas de promoção da felicidade e das razões que levam as empresas a apostarem neste estado, bem como, a enumeração dos principais benefícios e, por último, perceber o papel de programas, tais como o Happiness Works. Assim, com recurso ao método dedutivo, os estudos recorreram às seguintes metodologias: 1) revisão sistemática da literatura com recurso a análise bibliométrica; 2) equações estruturais dos mínimos quadrados parciais; 3) revisão da literatura exploratória e 4) análise de conteúdo (estudo qualitativo). A HPWT é composta por dois conceitos subjetivos para os quais ainda não existe um consenso no que respeita à forma de definir e aferir. A tese pode não ser comprovada quando estamos a analisar um contexto de incerteza, porém verificou-se que o WLB tem uma relação mediadora nesta relação. Esta mediação está em concordância com as provas literárias e com as perceções das entrevistadas. Foi ainda possível validar que apostar na felicidade dos colaboradores é sinónimo de múltiplos benefícios. Os estudos desenvolvidos consideraram outras variáveis para além das postuladas pela HPWT, tendo sido tomada, desde o início, uma posição face à forma de conceptualização destes constructos. Para além disso, validaram-se práticas que podem ser implementadas nas organizações como forma de melhorar o estado de felicidade dos colaboradores, fomentando uma estreita comparação entre a literatura e a respetiva aplicabilidade. Em suma, esta investigação realça a relevância da aposta na felicidade dos colaboradores, demonstrando um conjunto de argumentos e práticas para o efeito. Além disso, a busca pelas formas de incrementar a felicidade não é apenas da incumbência dos gestores, mas também dos decisores políticos, visto que este estado tem repercussões nas componentes societais.

COVID-19, the difficulty in retaining talent and rapid change make the process of individual adaptation difficult. Psychological issues such as anxiety and depression are emerging, leading to the inclusion of health and well-being in the UN's Sustainable Development Goals. Thus, happiness research is beginning to emerge to preserve human capital and boost organisational indicators. The happy-productive worker thesis (HPWT) argues that happy employees have higher performance levels. The research is comprised of four studies aimed at covering some of the gaps identified in this area. The studies developed in Chapters II to V provide answers, using a mixed methodology, to the analysis of the state-of-the-art of the thesis, its testing in a context of uncertainty and the possible mediation of the variables (work-life balance - WLB and teleworking - WFHE), identification of practices to promote happiness and the reasons that lead companies to invest in this state, as well as listing the main benefits and, finally, understanding the role of programs such as Happiness Works. Thus, using the deductive method, the studies used the following methodologies: 1) systematic literature review using bibliometric analysis; 2) partial least squares structural equations; 3) exploratory literature review and 4) content analysis (qualitative study). HPWT comprises two subjective concepts for which there is still no consensus on defining and measuring them. The thesis may not be proven when we analyse a context of uncertainty, but it has been found that WLB mediates this relationship. This mediation aligns with the literary evidence and the interviewees' perceptions. It was also possible to validate that investing in employee happiness is synonymous with multiple benefits. The studies developed considered other variables in addition to those postulated by HPWT, and a position was taken from the outset on how these concepts were conceptualized. In addition, practices that can be implemented in organisations to improve employees' happiness were validated, fostering a close comparison between the literature and its applicability. In short, this investigation highlights the importance of investing in employee happiness, demonstrating several arguments and practices. Furthermore, the search for ways to increase happiness is not only the responsibility of managers but also political decision-makers since this state has repercussions on societal components.